05 maio 2024

No X (ex-Twitter) @lucianoPCdoB

Tenho cá minhas dúvidas sobre a validade desse fundo permanente de auxílio às empresas aéreas — que o governo vai criar — de R$ 2 bilhões anuais, para a compra de aeronaves e a manutenção das frotas.

Leia: https://lucianosiqueira.blogspot.com/search?q=Cida+Pedrosa+protocolo+violeta

Minha opinião

Tecnodependente, eu?

Luciano Siqueira

 

Desde o advento do computador doméstico, sempre me vangloriei da agilidade no manuseio das coisas digitais.

E assim trafeguei anos a fio. Plenamente satisfeito. Inclusive por me atualizar sempre.

Mas eis que os sinais da velhice (será?), que em algumas coisas já sinto, parece que contaminou minha relação com as geringonças eletrônicas.

Com inquietante frequência, tenho recorrido ao neto Miguel que, diante da minha ignorância cibernética, me acode como exímio consultor.

Às vezes é a mãe de Miguel, minha filha Neguinha, que me socorre: comprar passagens aéreas, pagar faturas atrasadas ou simplesmente agendar vacinas viraram terreno minado de uma imaginária conspiração contra mim.

Mesmo Alice, a neta de 10 anos, outro dia livrou o meu smartphone de uma absurda, irritante e incontrolável sucessão de anúncios da Magalu. 

“Era um aplicativo oculto”, diagnosticou. E de pronto solucionou o problema - e eu nem tive a coragem de aprender como.

Hoje mesmo é a impressora HP Phtosmart que, talvez entediada, virou-se contra esse pobre e incompetente usuário e se nega a imprimir umas poucas folhas de que tanto estou necessitado.

O fato irrecusável e definitivo é que tenho pensado seriamente em “alugar” meu neto Miguel, 18 anos, aluno de Ciência Política na UFPE e, ao meu juizo ignorante e ciberneticamente incompetente, um sábio no bom uso de programas, aplicativos e que tais.

Falta acertar as bases contratuais.

Cada coisa em seu lugar https://bit.ly/3Ye45TD

Fotografia: a arte de Sebastião Salgado

Sebastião Salgado*

*Da série sobre a Revolução dos Cravos

Como viagem de Darwin ao Brasil influenciou a Teoria da Evolução https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/04/charles-darwin-no-brasil.html

 

Humor de resistência: Miguel Paiva

 

Miguel Paiva

Angú de caroço https://bit.ly/3Ye45TD

Enio Lins/história

5 de maio: em 1821: Napoleão Bonaparte morre, exilado na Ilha de Santa Helena

Enio Lins



5 de maio de 1821: Napoleão Bonaparte, aos 51 anos, morre em seu exílio na Ilha de Santa Helena. Nascido na ilha da Córsega (possessão francesa de cultura italiana) em 15 de agosto de 1769, é considerado um dos maiores gênios militares da história. Seus gestos como estadista e imperialista provocaram mudanças profundas (e avançadas) em todo mundo ocidental.

Jamais a França conseguiu repetir a glória conquistada pela determinação do corso Napoleão, líder inconteste dos franceses entre 1808 e 1814. Depois de dominar boa parte da Europa continental, ele foi vencido por duas vezes (em 1812 e 1815) pelos exércitos coligados de praticamente todas as demais potências europeias. Bonaparte finalmente rendeu-se em 15 de julho de 1915 e foi exilado pelos ingleses na Ilha de Santa Helena, situada no meio do Oceano Atlântico, distante 1.870 km da costa oeste da África. Sob condições inóspitas, o ex-imperador francês que mudou o mundo morreu em condições suspeitas, mantendo eternamente viva a polêmica sobre sua vida e morte.

Sobre a importância global de Bonaparte, diz o historiador britânico Andrew Roberts: "As ideias que sustentam nosso mundo moderno — meritocracia, igualdade perante a lei, direitos de propriedade, tolerância religiosa, educação secular moderna, finanças sólidas etc. — foram defendidas, consolidadas, codificadas e estendidas geograficamente por Napoleão. Além disso, ele também acrescentou uma administração local racional e eficiente, o fim do banditismo rural, o incentivo à ciência e às artes, a abolição do feudalismo e a maior codificação de leis desde a queda do Império Romano”.

Nem sempre é o que parece https://bit.ly/3Ye45TD

No X (ex-Twitter) @lucianoPCdoB

Nos EUA, ambos os candidatos a presidente — Biden e Trump — têm enorme rejeição tanto entre eleitores democratas como republicanos. Sinal claro de sociedade decadente.

10 mil corpos soterrados em Gaza https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/05/genocidio-soterrado.html

Qual futebol?

A beleza deixou de ser fundamental

Quanto maior a expectativa pelos clássicos, mais a decepção goleia nossa imaginação
Juca Kfouri/Folha de S. Paulo

 

No Morumbi, na 12ª vez em que Abel Ferreira dirigiu o Palmeiras contra o São Paulo lá, o chato 0 a 0 significou o quinto empate e manteve a vantagem tricolor de quatro vitórias contra três alviverdes.

Desde que o treinador português chegou ao Brasil, foram 23 Choques-Rei, com sete vitórias para cada lado e nada menos que nove empates.

Sob qualquer olhar, os empates impressionam na história do confronto: 116 vitórias para um e para outro e 115 empates.

Até em conquistas da Libertadores ambos empatam, com três para cada lado. Só em Mundiais a diferença é grande: 3 a 0.

Querem apostar a rara leitora e o raro leitor que no próximo clássico acontecerá o 116º empate? 

Tamanho equilíbrio não justifica a monotonia do embate da última segunda-feira (29).

Quase 56 mil torcedores foram fraudados no estádio e muito mais gente que isso dormiu frustrado diante da TV ou foi irritado para a cama. Beira mesmo o desrespeito ao torcedor.

Impossível que Luis Zubeldia e Abel Ferreira desconheçam o lado artístico do futebol, assim como Tite, porque Palmeiras x Flamengo já havia sido um porre ou, pior, parecido com anestésico na veia.

Calleri também sabe, assim como sabem Endrick e Dom Arrascaeta, que o exercício da profissão deles ultrapassa o resultado.

Apesar disso, todos toparam protagonizar dois 0 a 0 de doer nos olhos como se o empate significasse a salvação geral e danem-se os que pagaram ingressos, ou assinaturas, para verem os jogos. 

Aí o torcedor busca a salvação em Real Madrid e Bayern de Munique. Busca e encontra.

Vinicius Junior sabe de onde vêm os milhões de euros que recebe. Harry Kane também. Carlo Ancelotti nasceu sabendo, e Thomas Tuchel segue o exemplo.

Então, Vini faz dois gols em Munique, Kane também faz o dele, o jogo termina 2 a 2 e a Europa gira em torno do clássico das 20 Champions, 14 dos madridistas.

Joãosinho Trinta já dizia que "pobre gosta de luxo, quem gosta de lixo é intelectual", máxima que vale para o futebol. Torcedor gosta de gols, de emoções, de dribles, canetas, chapéus, lençóis e trivelas.

Quem exagera no gosto de táticas, esquemas, regulamentos embaixo do braço olha para o futebol como tecnocrata, como estudioso, mas, no mais das vezes, é refratário aos sentimentos e aos detalhes que mudam jogos e são a essência deles.

O poderio econômico tem a ver com a supremacia e a graça europeias, é inegável, capaz de reunir as maiores estrelas sob suas bênçãos.

Mais que dinheiro, porém, falamos de filosofia, de uma certa visão de mundo e do futebol, voltado para quem o vê, para quem paga para curti-lo. Até nas derrotas.

No Brasil, antigamente e por meio século entre a década de 1950 e o começo deste século, o país do jogo bonito, perder passou a ser tão intolerável que o empate, desde que entre times parecidos, vira meta salvacionista.

E nos acostumamos à mediocridade.

Até Borussia Dortmund e PSG, em prateleira abaixo de Madrid e Munique, acaba por atrair atenção maior que nossos clássicos.

Registre-se que esteve longe de ser belo jogo no primeiro tempo, até porque o PSG só queria empatar na Alemanha.

Como saiu atrás, permitiu bom segundo tempo em busca do empate, acertou a trave duas vezes e terá de virar o 1 a 0 infligido pelos germânicos.

Ao contrário do que dizia Vinicius de Moraes, no Brasil, beleza não é mais fundamental.

[Ilustração: Nato Gomes]

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